Construção Civil: nova tecnologia transforma resíduos de cana em areia

Postado em 06/04/2017 Leia em 4 minutos

Projeto universitário tem sido aprimorado e passa por testes em estruturas de concreto

O bagaço da cana-de-açúcar tem sido aproveitado pelos acadêmicos da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) de uma forma bastante produtiva: o resíduo orgânico se torna areia para a construção civil. Para os universitários, o produto desenvolvido por eles é mais eficiente do que a areia convencional em deixar o concreto mais durável, além de ser benéfica ao meio ambiente.

O que é isso? Cinza ou areia?

O nome oficial do produto é areia da cinza do bagaço da cana (ACBC). Formalmente, de fato, a ACBC é uma espécie de cinza, pois é o produto da combustão do bagaço da cana. No entanto, os pesquisadores notaram que suas características físicas apresentam alta capacidade de granulação, o que aproxima esta substância das propriedades que a areia pode apresentar quando utilizada no concreto.

A produção e uso da ACBC é uma das tentativas de dar aos resíduos gerados pela indústria canavieira um destino mais ambientalmente sustentável. A outra tentativa tem sido a pelletização dos bagaços e posterior uso como combustível para fornos – o uso do que se chama de “biomassa”.

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Como é feita a Areia da Cinza do Bagaço da Cana?

Para produzir a areia da cinza do bagaço da cana de açúcar, o processo é bastante simples. A usinagem e a industrialização produzem uma série de bagaços de cana, maiores ou menores, mais ou menos densos e com diferentes granularidades.

O bagaço que mais se aproxima da areia convencional é o deixado pelos últimos processamentos da cana, o que gera uma cinza de bagaço fina e homogênea. O que os pesquisadores têm feito é processar os “pré-bagaços”, a fim de que se tornem igualmente finos para o uso na construção civil, em um processo que não dura mais do que algumas horas.

Quais os seus principais benefícios?

Quando não é aproveitada em forma de biomassa ou utilizada com areia para a construção civil, o destino final do bagaço de cana da indústria do açúcar e do álcool tem sido muito pouco eficiente há décadas: processa-se o bagaço e se joga de volta na lavoura. Por mais que ele possa servir de fertilizante, é uma substância pobre em nutrientes, e a repetição de culturas enfraquece ainda mais o solo.

Com o reaproveitamento da cinza do bagaço da cana, este recurso pode ter mais rendimento para seu novo rumo – a construção civil – sendo utilizada pela própria indústria ou por terceiros. O dano de seu uso ao meio ambiente é muito menor do que o de areia convencional, considerando que boa parte dos bancos de areia de onde o material é retirado são clandestinos.

Conclusão

Os pesquisadores, brasileiros ou estrangeiros, têm tido ótimas ideias para o melhor aproveitamento de recursos em resíduos, mesmo em indústrias que tradicionalmente agridem o meio ambiente há décadas, como é o caso da canavieira e da construção civil. Em esforços como este, quem agradece é o planeta.

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