Respeitar as normas básicas para utilização de determinados materiais na construção civil é um cuidado que, em geral, diminui consideravelmente os riscos de ter que lidar com problemas sérios no futuro.
Uma dessas diretrizes que nunca pode ser desrespeitada é a que rege as regras para utilização e preservação de blocos cerâmicos, especialmente em relação aos níveis máximos de absorção de água que são recomendados para esse material.
Além de aumentar a vida útil da matéria-prima, respeitar as normas técnicas para absorção de água em blocos cerâmicos carrega outra função fundamental: preservar a saúde de quem manuseia esses objetos e vive em casas que contam com a presença destes.
Antes de mais nada: o que diz a norma técnica?
A norma que abrange a absorção de água por blocos de cerâmica é a ABNT NBR 15.270. Definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, o texto estabelece a diretriz de que a absorção de água (caracterizada pela sigla técnica AA) em blocos de cerâmica usados tanto para vedar como para alicerce de estruturação não deve ser menor do que 8% e não pode ser maior do que 22%.
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Entretanto, se vive um momento de transição no mercado, e uma mudança na norma técnica está em curso. Graças à revisão da Comissão de Estudo Especial de Cerâmica Vermelha, o limite máximo de AA vai mudar e passará a ser de 21% para blocos cerâmicos de estruturação (ou estruturais) e de 25% para blocos cerâmicos voltados a vedação.
Para ter certeza de que os blocos cerâmicos adquiridos respeitem essas limitações máximas e mínimas, pessoas que trabalham na área de construção civil podem exigir o certificado especial do Inmetro, além do Programa Setorial de Qualidade (PSQ), que pode ser emitido por diversos órgãos institucionais relacionados ao controle de qualidade de materiais de construção e assegura que os blocos estão dentro das normas técnicas.
O que acontece quando o limite máximo de AA (Absorção de Água) é desrespeitado?
A principal consequência do excesso de água absorvido por um bloco cerâmico diz respeito à vida útil do material utilizado. As consequências do excesso de umidade nos blocos são muitas, em todos os aspectos.
• Consequências estruturais do excesso de AA
As consequências estruturais do excesso de absorção de água são muitas. Entre elas, estão a diminuição da resistência da alvenaria, o aumento da possibilidade de fissuras e rachaduras, descolamento ou esfarelamento do reboco e a perda progressiva da aderência.
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• Consequências estéticas do excesso de AA
As consequências estéticas do excesso de AA estão relacionadas à umidade excessiva dentro dos blocos. São, em geral, manchas, diminuição da vida útil da pintura, degradação de ornamentos que envolvam gesso e descolamento de cerâmicas.
• Consequências ambientais do excesso de AA
Uma tática comum para consertar defeitos estruturais de peças com excesso de absorção de água é molhar as faces dos blocos envolvidos no erro. Entretanto, essa prática acarreta um enorme consumo de água, que acaba tendo enormes impactos ambientais e financeiros.
• Consequências de salubridade do excesso de AA
A consequência mais grave de blocos com excesso de AA é o aumento da umidade geral da construção. Isso causa a proliferação de diversos micro-organismos prejudiciais à saúde humana, como fungos e bolores, que causam doenças sérias, sobretudo no âmbito respiratório. A umidade também deixa a casa mais fria, diminuindo o conforto e a qualidade de vida dos habitantes.
Lembre-se: lidar com construção civil é, sobretudo, com a segurança da vida das pessoas que habitarão esses edifícios. Seja responsável!
Para tornar-se um especialista na construção civil, é necessário ter conhecimento prático e teórico, por isso existem instituições sérias como o Instituto da Construção, que oferece diversos cursos de capacitação profissional. Vale a pena conferir!